terça-feira, 16 de setembro de 2008

Poeira Vertical Diaria IV

6. Futuro inexistente

Os fragmentos de um futuro
habitam o sonho,
interligando-se lentamente
até constituirem a morte,
para a classe alvo de pseudo-discursos
nas eleitorais campanhas,
do rovuma a ponta de ouro.

7. Esperança

Sobrevivo, de mãos dadas aos vivos.
Vivo na vespera da vida,
com a orgia aos multiplos
de sol a sol.
Mas nada disto será vida
nesta única identidade
que resta do que sou,
pele sangue negro
chamo futuro.

8. O oposto da face

Na fogueira de um arepiante Kanringana,
há e sempre haverá uma sólida lição.
Nas barbas do crucifixo,
há e sempre haverá almas derramando sangue.
No epicentro de uma forte tribo,
há e sempre havera um saudável lider.
Nas entranhas de um estripador artigo,
há e sempre haverá um fundo de nós.
Nas costas de uma sentenciada morte,
há um vacúo, mas para o sempre haverá?

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